Sábado, 18 de Outubro de 2025
14°C 20°C
Toledo, MG
Publicidade

Conheça o sistema de monitoramento que fortalece a conservação de animais silvestres no Parque do Rola-Moça, em Minas Gerais

Equipados com coleiras de rastreamento, lobos-guarás, onças-pardas e outros carnívoros são acompanhados por equipes técnicas que avaliam deslocamentos, sobrevivência e adaptação das espécies

17/10/2025 às 13h01
Por: Bárbara Silva Fonte: Secom Minas Gerais
Compartilhe:
Conheça o sistema de monitoramento que fortalece a conservação de animais silvestres no Parque do Rola-Moça, em Minas Gerais

O uso de coleiras de rastreamento tornou-se um importante aliado nas ações de manejo da fauna em Minas Gerais. Os dispositivos registram o comportamento e a movimentação dos animais após a soltura, oferecendo dados estratégicos que orientam o trabalho de campo e fortalecem as políticas públicas de conservação da biodiversidade no Estado.

Continua após a publicidade
Anúncio
Lobo-guará monitorado (Robson Santos / Sisema)

No Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, administrado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), o monitoramento integra um trabalho contínuo de pesquisa e proteção.

As equipes realizam capturas rápidas e seguras: o animal é sedado, passa por exames clínicos, coleta de sangue e pesagem e, em menos de uma hora, é devolvido ao local de origem, minimizando o estresse e maximizando a coleta de informações científicas.

Continua após a publicidade
Anúncio

Segundo o biólogo Joaquim Silva, coordenador do programa de monitoramento, o uso de rádio-colares representa um avanço na compreensão da ecologia de espécies de vida livre.

"Os equipamentos variam em tamanho conforme o porte do animal e enviam dados via satélite quase de hora em hora, permitindo entender padrões de comportamento, deslocamento e áreas de uso", explica.

As coleiras possuem sistema automatizado de liberação (drop-off), que se desprende do animal após até dois anos, sem causar danos.

"Apesar de parecerem grandes, pesam no máximo 5% a 6% do peso corporal. No caso das onças, apenas 2,6%. Os animais se adaptam rapidamente, e o dispositivo é resistente à água, vegetação densa e longos períodos de exposição. É a mesma tecnologia usada em projetos nacionais e internacionais", completa Joaquim.

O acompanhamento permite identificar padrões de atividade antes imperceptíveis. Os dados revelam momentos de repouso, caça ou deslocamento por diferentes tipos de vegetação, ajudando a mapear corredores ecológicos e identificar riscos, como atropelamentos e perda de habitat.

 

"O Parque do Rola-Moça é uma área de Cerrado muito significativa e tem a particularidade de ser um parque urbano. Esse monitoramento reforça nossa estratégia de proteção da fauna nas unidades de conservação e em suas zonas de amortecimento", destaca a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo.

 
   
   

Ela ressalta que o estudo fornece subsídios para pesquisas e políticas de conservação. "Compreender o comportamento dos animais em ambientes próximos da área urbana é essencial para garantir sua sobrevivência e promover o bem-estar animal", afirma.

De acordo com o gerente do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, Henri Collet, a prioridade é preservar a integridade física e o bem-estar do animal.

Robson Santos / Sisema

"A captura é feita com segurança e supervisionada por veterinários. Após a sedação, realizamos exames e verificamos possíveis doenças, especialmente pela convivência com animais domésticos. Todo o processo dura, no máximo, uma hora, e a soltura ocorre imediatamente no mesmo local", explica.

Os dados coletados alimentam um banco de informações compartilhado com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap/ICMBio), que integra uma rede nacional e internacional de especialistas. O objetivo é ampliar o conhecimento sobre o comportamento e a adaptação de espécies como o lobo-guará, a jaguatirica e a onça-parda, todas presentes em Minas Gerais.

Além de apoiar pesquisas, o monitoramento contribui para o planejamento territorial e o fortalecimento das políticas ambientais. “A ecologia do movimento nos permite ver a paisagem pelos olhos de um lobo, por exemplo. Ao compreender quais áreas eles utilizam e consideram vitais, conseguimos priorizar zonas de conservação e identificar espaços de coexistência entre fauna e atividades humanas”, afirma Joaquim Silva.

O estudo no Rola-Moça é inédito por ocorrer em uma área sob forte pressão urbana — próxima a rodovias, empreendimentos e mineração — e busca entender como os animais desenvolvem estratégias de sobrevivência nesse contexto.

"Esses dados ajudam a integrar o planejamento ambiental às realidades socioeconômicas locais, garantindo a manutenção dos ecossistemas e dos serviços ambientais essenciais ao longo do tempo", conclui o biólogo.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Toledo, MG
20°
Tempo nublado

Mín. 14° Máx. 20°

20° Sensação
5.83km/h Vento
72% Umidade
100% (11.69mm) Chance de chuva
05h30 Nascer do sol
06h10 Pôr do sol
Dom 15°
Seg 18°
Ter 22°
Qua 24°
Qui 25°
Atualizado às 14h08
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,40 -0,07%
Euro
R$ 6,30 -0,03%
Peso Argentino
R$ 0,00 +0,00%
Bitcoin
R$ 613,726,14 -0,28%
Ibovespa
143,398,63 pts 0.84%
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Anúncio
Publicidade