A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) informa que o total de casos de intoxicação por metanol é de 176, sendo 158 em investigação e 18 confirmados. São 10 óbitos, sendo três confirmados e sete em investigação. Com relação aos casos descartados, o total é de 85. No dia de hoje, foram descartados 38 novos casos após análises clínicas e epidemiológicas e outros 35 passaram a ser investigados.
A intoxicação por metanol é grave, pode levar à cegueira permanente e até a óbito. O metanol pode estar presente em bebidas alcoólicas clandestinas e adulteradas, além de produtos como combustíveis, solventes e líquidos de limpeza.
As unidades de saúde do estado estão preparadas para lidar com a situação. A Secretaria de Saúde recomenda evitar o consumo de bebida destilada com a procedência desconhecida, e que o paciente com quadro incomum após ingestão de bebida alcoólica procure atendimento médico imediato, realize exames laboratoriais e avaliação oftalmológica. Os sintomas de alerta são dores abdominais intensas, tontura e confusão mental. O socorro em até 6h após o início dos sintomas é fundamental para evitar o agravamento.
Nova operação
A força-tarefa do Governo de SP apreendeu nesta segunda-feira (6) mais de 100 mil vasilhames vazios em um galpão clandestino localizado na Vila Formosa, zona leste de São Paulo. A operação faz parte da ação integrada do gabinete de crise que atua no combate a casos de contaminação de bebidas por metanol . A ação da Polícia Civil, por meio da 1ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco), ocorreu durante uma investigação de combate à adulteração de bebidas alcoólicas . O local funcionava como uma “empresa de recicláveis”, que tinha como fonte principal de comércio a venda de garrafas vazias para serem reaproveitadas. Durante a vistoria, os policiais apreenderam cerca de 103 mil vasilhames vazios de destilados, como gins, vodcas e whiskys, todos prontos para serem vendidos e reutilizados. Também foram apreendidas outras 6 mil garrafas com bebidas alcoólicas sem comprovação de origem
A força-tarefa que fiscaliza bares e distribuidoras desde a semana passada vistoriou 18 estabelecimentos, 11 deles foram interditados cautelarmente por conta de questões sanitárias. São 7 na capital, 2 em Osasco, 1 em São Bernardo do Campo e 1 em Barueri. Um estabelecimento, na capital, foi desinterditado pela Justiça e pela Vigilância Sanitária do Município (parcialmente, mantendo bebidas destiladas interditadas).
A Secretaria da Fazenda e Planejamento suspendeu preventivamente a inscrição estadual de seis distribuidoras e dois bares, totalizando 8 estabelecimentos comerciais.
A Polícia Civil mobiliza suas unidades especializadas nas investigações sobre os casos de contaminação por metanol. Desde o aparecimento de novos casos, na semana passada, mais de 16 mil garrafas foram apreendidas para averiguação com indício de falsificação ou adulteração. Em 2025, já são 66 mil apreensões em ações contra esses tipos de crimes. São 42 prisões, 21 apenas nos últimos sete dias, sendo uma delas de um homem apontado como o principal fornecedor de insumos para falsificação de bebidas do estado. Entre as hipóteses investigadas para as contaminações estão o uso de metanol para lavar embalagens e o uso para ampliar o volume das bebidas.
Das amostras de garrafas analisadas até agora em investigações sobre casos de contaminação, duas deram positivo para a presença de metanol, em volume acima do permitido pela legislação. Os laudos foram encaminhados à Polícia Civil para subsidiar as investigações e o esclarecimento dos fatos. Outros detalhes serão preservados para não prejudicar as apurações em andamento.
A rede estadual reforçou a estrutura laboratorial para confirmar a presença da substância no organismo. O novo protocolo do Estado prevê que as amostras de sangue ou urina coletadas em casos suspeitos sejam analisadas em até uma hora pelo Laboratório de Toxicologia Analítica Forense (LATOF) do Departamento de Química da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto, por meio de cromatografia gasosa, método considerado padrão ouro para detecção de metanol. A coleta é feita nas unidades de saúde e o Instituto Adolfo Lutz coordena a logística de transporte das amostras até o laboratório.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo disponibilizou 2 mil novas ampolas de álcool etílico absoluto para o tratamento de pacientes com intoxicação por metanol. Além desse reforço, já havia 500 unidades em estoque nos serviços de referência do Estado, assegurando a manutenção de uma reserva adequada para atender necessidades assistenciais.
Denúncias sobre possíveis irregularidades e suspeitas a respeito de bebidas adulteradas podem ser enviadas pelo Disque Denúncia 181 ou pelo site da Polícia Civil de São Paulo: www.webdenuncia.sp.gov.br . O Procon-SP também recebe denúncias:pelo Disque 151 e pelo site www.procon.sp.gov.br . O órgão de defesa do consumidor ganhou um atalho no site para as denúncias relacionadas aos casos.
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